Fazendo câmbio antes de viajar para o exterior

câmbio para viajar

Muitos brasileiros têm dúvidas antes de fazer o câmbio para viajar. Principalmente, após o governo lançar IOF de 6,38% para os cartões de crédito e os de viagem. Entretanto, trocar dinheiro nas casas de câmbio, só se paga 0,38% do mesmo IOF. Desta forma, em busca de pagar menos impostos, voltamos a levar em espécie para as nossas viagens.

Porém, com a desvalorização do real frente às moedas fortes e a incerteza de melhora ou piora nesse quadro, isso faz com que muitos não saibam quando comprar ou que moeda comprar para viajar. Daí, acontece que, devido a essa falta de conhecimento, algumas pessoas comecem a trocar o real pela moeda de qualquer destino de viagem. Porém, tirando os países que possuem moeda forte como dólar, euro ou libra, há algumas considerações a se fazer quanto a isso.

Moedas fortes: dólar, euro e libra

Para uma casa de câmbio, as moedas fortes, como as citadas acima, possuem uma margem menor de lucro para o “cambista”. Isto acontece, devido a alta concorrência com outras casas de câmbio. Por sua vez, moedas menos procuradas como o rublo russo, onde o real vale quase 20 rublos, ou pesos colombianos, onde o real vale mais de 800 pesos, entre outras, a margem de lucro para a casa de câmbio é maior, pois a concorrência é menor.

Desta forma, quando for viajar para um dos países onde a moeda não valer mais do que o real, leve dólar. Mesmo que você tenha que pagar a comissão aqui no Brasil e no seu destino. É melhor do que levar a moeda local. Em certos casos, pode ser que se você viajar com o real para trocar no destino, dependendo do local, não encontre nenhuma casa de câmbio que faça essa troca.

Foto: William Murphy

Para onde levar Real

Somente em Buenos Aires, na Argentina, em Santiago do Chile e em destinos turísticos do Uruguai, o real é bem aceito pelos mercados locais. Quando estivemos em Punta del Este (Uruguai), pela primeira vez, andamos pela cidade toda e encontramos um supermercado com preços muito agradáveis do que a área onde os turistas transitam. Porém, não aceitavam nem dólar e nem real. Para a nossa sorte, havíamos trocado alguns dólares ou reais por pesos uruguaios. Já na área turística da cidade, estavam aceitando reais normalmente. Vale ressaltar que isso aconteceu em 2009, pode ser que hoje, esse mercado já aceite outras moedas. Mas, se não for viajar para nenhum desses locais, não vale a pena levar reais.

Quando comprar moeda forte para viajar

No início de março de 2015, o dólar estava custando por volta de R$ 3,00. Já no final de julho, ele começou a escalada rumo à casa dos R$ 4,00, chegando a bater R$ 4,17 em meados de setembro, quando estávamos viajando.  Por sorte, quando retornamos, a fatura do cartão fechou quando ele havia caído por volta de R$ 3,75 e, com isso, obtivemos alguns créditos relativos à variação cambial.

Antes de viajar, sempre nos disseram e sempre lemos que Londres era uma cidade cara. Então, fizemos as contas para levar £50 por dia, por pessoa. No total, ficaram sobrando 100 libras que pensei em trocar por euros em Paris, Florença ou Roma. Entretanto, não encontramos cotação que valesse a pena. Fizemos as contas e acabamos sacando da nossa conta no Brasil, pois sairia mais em conta, apesar do IOF de 6,38% e da taxa de R$ 9,00 (no site do banco, o valor informado estava como R$ 20 e ainda assim valia a pena).

Ao retornarmos para o Brasil, ainda teríamos que trocar as libras que restaram. Ficamos de olho no site www.melhorcambio.com, para verificar qual casa de câmbio estava pagando melhor pela libra. Daí, as libras que havíamos comprado por R$ 5,00 (na média final), acabaram sendo vendidas a R$ 6,00, um lucro total de R$ 100.

Pode ser que nem sempre seja assim. Mas, essa história ajuda a entender que, além de tudo é preciso sorte. Entretanto, também é preciso fazer as contas e uma poupança em moeda forte. Em libra, euro ou dólar, se você vai para o Reino Unido, zona do Euro ou qualquer outra região não citada acima, pois o dólar é moeda forte, em qualquer país do mundo.

Como fazer com a oscilação do dólar até a data da viagem

Para responder esse assunto, vamos utilizar um exemplo onde você vai viajar para a Europa, deseja levar €1000 e pretende juntar uma parte do seu salário para, quando chegar próximo da viagem, comprar os euros.

O que é mais vantajoso trocar agora ou trocar depois? Se você tem como juntar R$ 500,00, todo mês, porque não comprar €100 todo mês, na casa de câmbio? Claro que, além de vantagens, há desvantagens nisso.

Se você compra e o euro sobe, você já garantiu uma cotação melhor. Vamos dizer que você comprou €600 a um custo de R$ 4,40, pagando um total de R$ 2640,00 e os outros €400 a R$ 4,70, pagando R$ 1880,00. Isso não significa que você pagou R$ 4700 nos €1000 que pegou na casa de câmbio, o valor final ficou em R$ 4520, isto é, R$ 4,52 por cada 1 euro.

Euro x Real no último ano

É claro que, seria mais vantajoso ter pago R$ 4400. Porém, hoje, você não teria dinheiro suficiente para comprar os €1000. Mas, se tivesse, compraria ou esperaria até a viagem? Bom, o euro pode subir ou descer até a data da viagem. Se ele cair, você pode optar por comprar ou esperar ele ameaçar subir novamente, mas tem que ficar atento todos os dias na cotação, mesmo que você não tenha o dinheiro para comprar tudo. Isso vale, não só para euros, mas para dólares ou libras também.

Exemplificando

Usando o euro comercial do ano passado para exemplificar o que dissemos, você teria gasto o seguinte para comprar €100/mês, até a viagem:

  • Março: R$ 318,00
  • Abril: R$ 325,00
  • Maio: R$ 333,00
  • Junho: R$ 343,00
  • Julho: R$ 345,00
  • Agosto: R$ 378,00
  • Setembro: R$ 430,00
  • Outubro: R$ 426,00
  • Novembro: R$ 406,00
  • Dezembro: R$ 407,00

O total final seria de R$ 3711,00. Ou seja, o valor médio de R$ 3,71 por euro, uma economia de R$ 359,00 (quase 9%). O valor parece ser até baixo se você pensar. Mas, se você for levar valores maiores como, por exemplo, 10 mil euros, o valor economizado seria de R$ 3590. Não se esqueça que, valores acima de 10 mil reais, em espécie, devem ser declarados, quando estiver saindo do Brasil.

Cartões pré-pagos (ou de viagem)

Em alguns casos, como alternativa segura ao dinheiro em espécie, você também pode fazer sua poupança em um cartão de viagem. O ideal é colocar 70% do dinheiro que você pretende gastar em cartões (crédito e pré-pagos). Porém, irá pagar o IOF de 6,38%.

Entretanto, a vantagem deste cartão é que ele mantém o preço da moeda na data em que foi comprado. Como desvantagem,  ficam o IOF mais alto e uma subida de câmbio. Mas, pode ser o início de uma nova poupança para a próxima viagem.

Quando os cartões de crédito valem a pena

Às vezes, mesmo pagando 6,38% de IOF, vale a pena usar o cartão de crédito. Em outros casos, fazer saques no exterior de sua conta no Brasil, também pode ser uma boa ideia. Contudo, você deve verificar as taxas cobradas pelo seu banco.

Em países como Chile e Peru, você consegue quase 20% de desconto de IVA. Então, nesses casos, você deve usar o cartão de crédito para pagar o hotel. Em alguns sites de reserva de hotéis, como o Booking.com, você pode pagar o hotel no momento do check-out. Assim, se pagar com cartão de crédito, pode recuperar o IVA e ainda ganhar milhas com isso.

O importante é ficar atento às promoções para reservar hotéis, comprar passagens de trem, avião, etc. Um bom planejamento para viajar é, além disso tudo, fazer contas para ver o que vale mais a pena. Com um bom planejamento, você consegue economizar entre 25% e 30% na sua viagem.

 Foto: frankieleon

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